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Acerca de mim

Jornalismo U.F.Bahia/ Filosofia U.N.Lisboa/ Campeã Brasileira de Vela(Laser)/Nasci no Brasil(Bahia). Morei em Salvador, São Paulo, Cambridge, Ibiza e Lisboa.Autora de"O Caminho do Mar", Ilustração: Calasans Neto, ed.P555, Salvador-Ba,2004. Tenho três gatos:Homero, Bocage e Clarice(Lispector). Signo de Touro, ascendente em Leão, lua em Peixes.Doze e meio por cento de Sangue Índio(BR), a melhor parte de mim.

sexta-feira, março 16, 2007

O elemento dionisíaco une o ser humano com o seu semelhante e com a natureza de modo tal que a dança e o canto tornam-se o seu meio próprio de expressão. Sob a dança e o canto tornam-se leves, deixam de falar e tornam-se propensos a ascender, pela leveza, dançando nos ares. Os gestos tornam-se encantatórios e sentindo-se como um deus, deixa de ser artista para se tornar obra de arte, tal é a comunhão com os mistérios eleusianos.
Os elementos apolíneo e dionisíaco na tragédia cruzam-se com o humano enquanto artista. O homem sonha, pois o sonho não faz discriminação de nível social ou intelectual e por outro lado o homem é destruído por uma inebriante realidade, sob a sensação mística de unidade, tornando-se simultaneamente artista do êxtase e do sonho. O Sono[1] no panteão grego é uma divindade, irmão da morte e tem o poder de transportar o sujeito, fazê-lo dormir, mostrar a verdade ou enganá-lo , como acontece em Homero, para ajudar a Hera no seu dolo contra Zeus. Desta dualidade resulta uma embriaguez não salva pelo sonho, que é dionisíaca, sob a forma de alienação mística de si próprio, ao encontro do fundamento mais íntimo do mundo. Este fundamento é-lhe dado numa imagem onírica simbólica. [1] Ilíada, canto XIV

7 comentários:

Anónimo disse...

Eis que se abre uma belíssima oportunidade para fazeres uma posta com o poema que te ofereci faz algum tempo, quando iniciavas a tua funda busca pelo dionisíaco. Recordas-te? O Iacobeia Cantar, em que faço o meu apelo ao Brómio.

m.salles disse...

Ok Sara como foste minha colega nas aulas de Nietzsche onde decidi fazer o meu trabalho no dionisíaco e me ofereceste um poema, então este será publicado.

Anónimo disse...

Isso do Dionisismo e Apolinismo é treta pura, cultivada por intelectuais, intelectualistas e outros alpistas!
E passo a explicar:
os intelectuais são algo maniqueistas, e separam, de bom e voluntário grado, os prazeres da mente, dos outros! Para tnato, precisavam criar um "álibi", que resultou nisso do "diónisos versus Apolinio". Assim, se por vezes querem otmar um copo, comer algo mais capitoso ou fornicar, encolhem os ombros, dizendo para si: "Pronto, lá fui um bocadinho dionisíaco! para amanhã, para compensar, lerei uns quantos prolegómenos do Kant!"

José Abrantes

m.salles disse...

Olá marquês!
Você tá a gozar comigo!
Olhe que eu sou apenas uma cabocla do recôncavo baiano! Não goza não que recebe uma flecha envenenada!

Anónimo disse...

Não gozo nada, entendo mesmo que a dicotomia Apolo/Dionisus é um passatempo dos apreciadores de filosofia tipo palavras cruzadas, á mistura com umprazer suspeito e complexado de masturbação. Atenção, não quero com isto ofender directa ou indirectamente seja quem for!
Acrescento que esse tema inspirou o Wagner para uma ópera sublime, o Tannhauser!
José Abrantes

m.salles disse...

Olá Abrantes vou na trigésima página do meu trabalho final " o que é o dionisíaco?" e você não gosta do meu tema? Você acertou trata-se de uma disposição musical que Nietzsche encontra, entre seus contemporâneos, em Wagner.
Olé!

Anónimo disse...

Acho o tema falsamente maniqueista, de facto. Além de que sou demasiado lúbrico para me quedar por muito tempo em reflecções aprofundadas sobre isso - ou outras coisas. Perdoa, por favor, este artista de carne fraca...
José Abrantes